Por que a esquerda não vai chamar ninguém de “animal”
Por Dennis Prager. Leia o artigo original em seu site.
Se você quiser entender a doença moral no coração do esquerdismo, leia o primeiro parágrafo da coluna de El Dionne, no Washington Post:
Nunca é certo chamar outros seres humanos de animais. Não é algo que devamos ter que debater. Não importa quão debilitado seja o comportamento de determinado indivíduo ou grupo, não importa quanta raiva legítima essas ações genuinamente más possam inspirar, a desumanização dos outros sempre nos leva a um caminho perigoso.
Vamos começar com a primeira frase: “Nunca é certo chamar outros seres humanos de animais”.
Isso é tão evidente para Dionne que ele acrescenta: “Não é algo que devamos discutir.”
Somente alguém que nunca debateu o problema pode fazer tal afirmação.
Então permita-me debater a afirmação.
Minha opinião é a antítese de Dionne. Do meu ponto de vista, não é certo nunca chamar outro ser humano de “animal”.
Chamar os mais cruéis dentre nós de nomes como “animal” ou qualquer outro epíteto “desumanizador”, na verdade, protege os humanos. A palavra “bestial” existe por uma razão e é freqüentemente aplicada aos seres humanos. Ao excluir, retoricamente, da raça humana certas pessoas desprezíveis, nós elevamos a raça humana. Nós declaramos certos comportamentos fora de sintonia com o ato de ser humano.
Biologicamente, claro, somos todos humanos. Mas se “humano” quer dizer alguma coisa moral – qualquer coisa, além do puramente biológico – então algumas pessoas que cometeram atos particularmente abomináveis de maldade contra outros seres humanos não devem ser consideradas humanas. Caso contrário, “humano” não tem existência moral. Deverímos, então, preservar a palavra “desumano”. Qual é a diferença entre “ele é desumano” e “ele é um animal”? Ambas implicam ações que fazem a pessoa deixar de ser humana.
Dionne fornece sua resposta no final do parágrafo: “desumanizar os outros sempre nos leva a um caminho perigoso”.
Ele não fornece um único argumento ou ilustração para este comentário verdadeiramente absurdo.
Qualquer um que se recuse a “desumanizar” os médicos nazistas – que, sem anestesia, congelavam as pessoas nuas por horas e depois as deixavam cair em água fervente para reaquecê-las; colocavam as pessoas em salas despressurizadas onde os tímpanos estouravam, enlouquecendo-as de dor; esfregavam lascas de madeira e vidro moído em feridas infectadas; etc – é, para dizer de forma muito sutil, profundamente confuso moralmente.
O que Dionne nos diria de médicos nazistas: “nada agradáveis”, “gravemente errados”, “malignos”? Por que banir, retoricamente, da raça humana é “um caminho perigoso”? Ele não tem uma resposta porque vive no mundo de platitudes que soam como uma moral. O esquerdismo consiste, quase inteiramente, em platitudes que soam como uma moral – declarações destinadas a fazer com que a pessoa que as faz sinta-se moralmente sofisticadas. Mas, com base em suas reações relativas, referentes aos sádicos das gangues do MS-13, eu confio na bússola moral de Donald Trump mais do que na de EJ Dionne.
É sempre perigoso usar retórica desumanizante nas pessoas? É claro – quando é dirigida a pessoas com base em sua raça, religião, etnia, nacionalidade ou qualquer outra característica física imutável. Os nazistas fizeram o que fizeram aos judeus e aos outros porque os desumanizavam com base em sua identidade religiosa / étnica / racial. É por isso que o racismo é mal. Mas por que é perigoso usar essa retórica nas pessoas com base em seu comportamento? Ao equiparar a rotulação dos mais cruéis dentre nós de “animais” com a rotulação dos judeus de “animais”, Dionne rebaixa a luta contra o mal real.
Certa vez perguntei ao rabino Leon Radzik, um sobrevivente do Holocausto que estivera em Auschwitz, que palavra ele usaria para caracterizar os sádicos guardas do campo. Eu nunca esquecerei sua resposta: “Eles eram monstros com um rosto humano”.
Inacreditavelmente, Dionne não concordaria com ele.