Há poucas ideias mais potentes do que a noção de que todos os seus problemas são causados por outras pessoas e suas injustiças para com você. Essa foi a estrada real para o poder desenfreado de Hitler, Lenin e Mao, isto é, milhões de seres humanos pagaram com suas vidas por acreditar nela.
Thomas Sowell
Para analisar a citação do ponto de vista psicológico, podemos separá-la por assunto:
1. Viés cognitivo: Teoria da Atribuição
A citação aponta para uma tendência de atribuir os problemas a fatores externos, um conceito enraizado na teoria da atribuição (Heider, 1958). As pessoas costumam usar atribuições externas (culpar os outros) para proteger a autoestima ou evitar a responsabilidade pessoal, um processo conhecido como o viés egoísta. Psicologicamente, isso pode ser adaptável no curto prazo, reduzindo a culpa ou vergonha, mas a dependência crônica dela promove uma mentalidade de vitimização.
Pesquisas (por exemplo, Mikulincer & Shaver, 2012) sugerem que indivíduos ou grupos que consistentemente culpam a injustiça externa podem desenvolver uma maior sensibilidade às ameaças percebidas, reforçando um ciclo de queixas. Isso reflete o “egoísmo da vitimização” descrito no artigo do Scientific American, onde os grupos minimizam o sofrimento dos outros para amplificar o seu próprio.
2. Dinâmicas Emocionais: Desamparo e Poder
Emocionalmente, a crença de que os outros são culpados alimenta a raiva e o ressentimento, motivadores poderosos que podem unificar grupos mas também alimentar a agressividade. Estudos sobre a vitimização coletiva (por exemplo, Schori-Eyal et al., 2017) mostram que as mágoas compartilhadas aumentam a solidariedade dentro do grupo ao mesmo tempo em que fomentam a hostilidade fora do grupo; uma dinâmica que Sowell liga a figuras históricas como Hitler, Lenin e Mao.
A “estrada real para o poder desenfreado” sugere uma tática de manipulação psicológica: os líderes exploram essa vulnerabilidade emocional para ganhar controle. Isso se alinha com a teoria da identidade social (Tajfel & Turner, 1979), onde os líderes amplificam as ameaças externas para fortalecer a coesão do grupo, muitas vezes à custa de raciocínio crítico, como visto nos milhões que “pagaram com suas vidas.”
3. Desenvolvimento de uma mentalidade de vitimismo
O artigo da Scientific American destaca que a mentalidade de vitimismo nem sempre decorre de um trauma grave, mas pode emergir de uma necessidade de reconhecimento do sofrimento. Psicologicamente, isso reflete uma necessidade de validação, onde indivíduos ou grupos buscam o reconhecimento para restaurar um senso de justiça destruido (Janoff-Bulman, 1992). A crítica de Sowell implica que essa necessidade, quando descontrolada, se torna uma ferramenta para exploração.
A mudança do artigo da Talkspace de “culpa” para “compreensão” sugere uma alternativa mais saudável: reavaliação cognitiva, onde os indivíduos reformulam as experiências para se concentrar na agência pessoal em vez de nos vilões externos. A referência de Sowell à responsabilidade pessoal se alinha com isso, embora corra o risco de simplificar excessivamente dinâmicas sociais complexas.
4. Aplicações sociais e históricas
De uma perspectiva da psicologia do grupo (por exemplo, Allport, 1954), o aviso de Sowell sobre atrocidades históricas reflete como a culpa coletiva pode escalar para bodes expiatórios e desumanização. O processo psicológico envolve projeção, onde as frustrações internas são externalizadas em um inimigo percebido, um mecanismo evidente nas ideologias das figuras que ele cita.
As postagens de 2025 X, incluindo a narrativa #WarOnWhites, ilustram isso em um contexto moderno, onde o ressentimento que se baseia na identidade (como observado por @CodyLibolt) espelha a preocupação de Sowell. Pesquisas psicológicas sobre a “vitimização competitiva” (Noor et al., 2012) apoiam isso, mostrando como grupos em conflito exageram sua vitimização, potencialmente justificando ações extremas.
5. Perspectivas terapêuticas e preventivas
Psicologicamente, quebrar este ciclo requer o fomento da autoeficácia (Bandura, 1997)-a crença na capacidade de alguém para influenciar os resultados-contrariando a impotência inerente de culpar os outros. As abordagens cognitivo-comportamentais poderiam ajudar os indivíduos a contestar atribuições distorcidas, como sugerido pela ênfase do artigo do Talkspace em se mover para uma “postura de compreensão.”
A nível social, promover a empatia e a perspectiva (Batson, 2011) poderia atenuar o egoísmo da vitimização, incentivando o diálogo sobre a divisão. O apelo de Sowell para rejeitar a culpa externa alinha-se com isso.
Conclusão
Incentivar a responsabilidade pessoal e a empatia oferece um caminho para mitigar os riscos de manipulação e violência, embora exija uma navegação cuidadosa para abordar tanto a psicologia individual quanto o contexto social.
Imagem:
Museu de Pynogyang.
Foto: Philippe Lopez, via Getty Images.
xhttps://x.com/CodyLibolt/status/1921920600571875631
responsabilidade pessoal, culpa bodes expiatórios, desumanização






