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Por que o anel?
É simbólico, estou comprometida comigo mesma e com minha própria felicidade. Estou casada comigo. Mulheres, amem vocês mesmas. E, sim, estou solteira.

Leia os artigos originais com Warner Todd Huston, no Breitbart, e com Michael Knowles no Daily Wire.

A estrela de Harry Potter, Emma Watson, disse que nunca entendeu a pressão que as mulheres sentem frequentemente, aos 30 anos, com relação a se casar, ter filhos e construir um lar:

“Eu ficava tipo: Por que todo mundo faz tanto barulho por fazer 30 anos? Isso não é grande coisa. Chega nos 29, e fico tipo: ‘Ah meu Deus, me sinto tão estressada e ansiosa.’ Se você não tem um marido, se você não tem um bebê … Há uma quantidade enorme de ansiedade.”

Agora que vai completar 30 anos, Emma Watson diz que percebe que as “mensagens subliminares” que estava captando não são tão poderosas.

E conclui:

 “Nunca acreditei na lengalenga de ‘sou feliz solteira. Demorei muito tempo, mas estou muito feliz por estar solteira. Eu chamo isso de auto-companheira.”

Eu chamo de delusão.

O casamento não é para todos. Algumas das pessoas mais felizes do mundo são solteiras, mas não são “companheiras de si mesmas”. Uma pesquisa de satisfação no trabalho da Universidade de Chicago concluiu que as pessoas mais felizes e mais bem-sucedidas, nos Estados Unidos são padres católicos, que não são parceiros deles mesmos, mas de Deus. Uma pesquisa de Harvard descobriu que o relacionamento com a família, amigos e a comunidade local promove a felicidade a longo prazo, mesmo, e talvez especialmente, para os desapegados romanticamente. As pessoas não precisam fazer parceria com um cônjuge ou um amante para obter felicidade, mas precisam ser companheiras de alguém.

Paul Dolan, professor de ciências comportamentais da London School of Economics, tentou subverter a sabedoria convencional em seu livro Happy Ever After, que afirma que mulheres solteiras, sem filhos, são as pessoas mais felizes de todas. A grande mídia mostrou a história, quando então o economista Grey Kimbrough desmentiu praticamente todas as principais alegações feitas no livro.

Não é preciso confiar na dúbia ciência da felicidade para perceber a ilusão. As décadas recentes testemunharam um aumento na solidão autorrelatada nos Estados Unidos e em outros lugares; coincidentemente, no mesmo período, a parcela de famílias com apenas um dos pais mais que dobrou. Uma pesquisa classificou a solidão como o principal medo entre os jovens, acima de perder a moradia ou o emprego. Mais de 40% das mulheres da geração “Y” temem mais a solidão do que o câncer.

Emma Watson não precisa se desesperar. Ela é uma celebridade, foi uma estrela em criança; considerando todas as coisas, o resultado foi maravilhoso. Da mesma forma, Watson pode resistir a deleitar-se consigo mesma. Um homem embrulhado em si mesmo cria um pequeno pacote, de fato, e o culto ao amor próprio iludiu uma geração inteira, levando-a a confundir a virtude da resistência – especificamente, a capacidade de suportar a solidão, pela qual todos devem passar de tempos em tempos – com o pecado do orgulho e a crença equivocada de que os seres humanos são auto-suficientes, cada homem uma ilha para si mesmo.

A modelo brasileira, Adriana Lima “se casou” consigo mesma. Outras mulheres seguiram a tendência da “sologamia”. Adriana Gill se casou há 13 anos. Ela explica: “Você é a única constante. Seus pais vão morrer, seus filhos vão crescer e seus amigos vão se mudar, mas você está sempre lá. Não estou procurando por ‘aquele’. Eu sou o tal.'”

Para os não obcecados, os robôs sexuais podem preencher a lacuna romântica. Como Afiya Qureshi relatou no Mashable, os robôs sexuais, equipados com inteligência artificial, agora podem imitar as ações humanas mais básicas, do excitante ao mundano. Um robô, em desenvolvimento, ainda tem uma cavidade torácica com a capacidade de simular a respiração. “Hoje, temos robôs que são tão bons quanto os humanos comuns”, escreve Qureshi.

Mas eles não são humanos. Pelo menos um estudo, publicado recentemente no British Medical Journal, não encontrou evidências de que os robôs sexuais reduzam a solidão ou satisfaçam os desejos de intimidade. A crescente popularidade da companhia virtual, desde a pornografia na Internet a robôs sexuais e auto-parceria, atesta a epidemia generalizada e agravada da solidão. O culto ao amor próprio agrava o problema. A solução não é pensar menos em si mesmo. Em vez disso, tomando emprestado uma linha de CS Lewis, é pensar de si mesmo menos.

Lisa Bonos acrescenta:

Esse termo não parecia muito certo; para mim, parecia assustador e desesperado.


Em 2015, criamos uma nova palavra aqui: solo-ish [algo como solo-ismo], como uma maneira de dizer: minha vida é minha, mas também a compartilho com outras pessoas – família, amigos, colegas de trabalho. Às vezes há alguém especial, mas nem sempre.


Quer a “auto-companheirice” fale com você ou não, ela se relaciona com a tendência maior da sologamia ou com o casamento consigo mesmo.


Agências de viagens japonesas oferecem pacotes de “casamento solo”: vestido de noiva, buquê, limusine, estadia em hotel e álbum de fotos incluidos. Uma mulher italiana organizou um casamento de “conto de fadas”, sem príncipe, para si e para 70 convidados. Uma mulher de Nova York “casou” com sua comunidade, uma maneira de usar o ritual de casamento para comemorar os fortes laços que ela criou com os amigos. Houve o episódio da série Sex and the City em que Carrie Bradshaw declarou que estava se casando consigo mesma e se registrou como Manolo Blahnik.


Bella DePaulo, socióloga, autora de muitos livros sobre vida de solteira, diz que “auto-companheira” não se encaixa bem, porque ainda se trata de companhia:

 “Quando quero especificar as pessoas que adotam a vida de solteira como sua melhor vida, uso a frase ‘solteira de coração'”.

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Editorial

Colunista do Conselho Internacional de Psicanálise.

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