Dada a imperfeição da natureza humana, os Estados Unidos são uma conquista moral notável.
Este é o truísmo que separa o homem sábio do tolo.
Este é o truísmo que separa a esquerda da anti-esquerda.
Quem reconhece o quão falha é a natureza humana compara os Estados Unidos à realidade. Quem que não reconhece, compara os Estados Unidos a alguma imagem utópica: um país livre de desigualdade, preconceitos, intolerância, mau comportamento sexual, ganância, etc. Essa divisão ajuda a explicar por que quem possuiuma cosmovisão bíblica – geralmente judeus e cristãos religiosos – é mais propenso a apreciar os Estados Unidos do que quem não possui. É fundamental, para o judaísmo e o cristianismo, que “a vontade do coração do homem é má desde a sua juventude” (Gênesis 8:21).
Eu ofereço uma lista parcial de características ruins inerentes à natureza humana. Ao lê-la, só podemos nos maravilhar com o quão bom país se tornou os Estados Unidos.
No. 1: Um anseio de poder sobre os outros.
Esse anseio é o que animou quase todos os líderes políticos da história. Existem pessoas que não têm um desejo pessoal de poder e buscam posições de poder apenas por causa de um chamado. Mas essas pessoas são raras.
Os fundadores americanos entenderam isso. Eles criaram um sistema político único para minimizar o poder e maximizar os controles sobre o poder. Essa é a razão para a divisão de poder entre três ramos co-iguais do governo e a razão pela qual os estados receberam tanto poder. Assim, os Estados Unidos se estabeleceu para ser uma república, não uma democracia pura. Além disso, os Fundadores não confiavam na maioria com grande poder, razão pela qual existem duas instituições não democráticas: o Colégio Eleitoral e o Senado. E é por isso que a esquerda, que tem suas raízes no desejo de poder – e, portanto, no desejo de um governo cada vez mais poderoso – odeia o Colégio Eleitoral e o Senado.
Nº 2: um anseio por fama e reconhecimento.
Isso, junto com a ânsia de poder, é o que move e tem impulsionado quase todos os políticos na história mundial, mas dificilmente é exclusivo dos políticos. Por exemplo, é em grande parte o que anima os atores de Hollywood. Essa é uma das razões pelas quais nenhuma outra profissão se dá tantos prêmios quanto Hollywood. Cada vez mais, no entanto, ser uma estrela é também o que anima jornalistas e, na medida do possível, acadêmicos e outros intelectuais.
No. 3: Um desejo de sentir e ser considerado importante e moralmente superior.
Isso é quase universal. As pessoas – historicamente homens, mas cada vez mais mulheres – anseiam por acreditar que são importantes. Não há nada inerentemente errado com esse anseio. No entanto, pode levar as pessoas a adotarem comportamentos irresponsáveis, até mesmo maus – apenas porque os faz se sentirem importantes. Isso explica por que a esquerda luta contra males praticamente inexistentes, como “racismo sistêmico”, “supremacia branca”, “privilégio branco” e “capitalismo”. Combater o mal, mesmo os males de faz de conta, faz com que a pessoa se sinta importante e moralmente superior àqueles que não lutam contra esses males.
No. 4: O desejo sexual.
Considere quantos homens perderam tudo – seu dinheiro, reputação, sustento e até mesmo sua família – para satisfazer seu impulso sexual. A razão de ter havido tanto comportamento sexual irresponsável e às vezes perverso não é por causa do “sexismo” ou do “patriarcado”, mas por causa desse impulso. A maravilha não é quanta impropriedade sexual existe nos Estados Unidos; a maravilha é quão pouco existe em comparação com o passado, em comparação com virtualmente todas as sociedades na história e em comparação com muitas sociedades hoje.
Em grande parte, isso foi o resultado da influência da ética judaico-cristã. Antes da geração baby boomer, a maioria dos homens americanos foi criada para acreditar que a masculinidade era definida pelo casamento e pelo cuidado de uma família. Com o ataque da esquerda às religiões judaico-cristãs, cada vez mais os jovens se sentem livres para voltar à sua natureza sexual animalesca, que não é monogâmica e não é naturalmente inclinada a se casar e constituir família.
No. 5. Ganância.
O desejo por mais dinheiro e bens materiais está embutido na condição humana. Não há nada de errado em querer ganhar mais dinheiro e ter uma casa melhor. Na verdade, geralmente é uma coisa boa; é o que anima as pessoas a trabalhar duro e inventar coisas. Ganância, no entanto, é a palavra que usamos para descrever um anseio por riqueza material tão grande que se sobrepõe às considerações morais – o que tem acontecido ao longo da história. É a razão da corrupção, um mal que constitui o único grande motivo pelo qual os países não se desenvolvem. Como todos os outros países, os Estados Unidos sempre teve sua parcela de indivíduos gananciosos, mas geralmente houve muito menos corrupção nos Estados unidos do que em outros lugares – uma das principais razões para a prosperidade única da América.
Isso também está mudando rapidamente. Como os outros impulsos negativos da natureza humana, a ganância foi pelo menos um pouco controlada pela religião. Cada religião baseada na Bíblia ensinou a seus seguidores autocontrole. Com o fim da religião, a única coisa que resta para controlar as pessoas é o estado. Mas quando o estado se torna um substituto da religião na tentativa de controlar a natureza humana, acaba-se com um estado policial, o que pode muito bem acontecer aqui.
Nº 6: Ingratidão.
A gratidão não está embutida na natureza humana. É por isso que bons pais dizem aos filhos milhares de vezes: “Diga ‘obrigado’.” A gratidão precisa ser cultivada. Ao longo da história americana, ela foi. A grande maioria dos americanos e novos imigrantes nos Estados Unidos eram profundamente gratos por serem americanos. Claro, muitos negros tinham motivos legítimos para não serem gratos por serem americanos. Mas, com o tempo, isso mudou. No entanto, a esquerda disse a todos os grupos, exceto os homens brancos, que eles não deveriam ter gratidão por serem americanos. Pode-se dizer que a maioria dos diplomas de faculdade e pós-graduação hoje são diplomas de ingratidão. A esquerda sabe que só pode ganhar eleições quando a maioria dos americanos é ingrata.
Dada a natureza humana, os Estados Unidos foi uma realização extraordinária. No entanto, dada a eliminação amplamente bem-sucedida dos valores judaico-cristãos e da classe média pela esquerda – e o conseqüente desencadeamento da natureza humana – essa conquista pode não sobreviver.
Imagem:
Dante e Virgílio por William-Adolphe Bourguereau